9 de março de 2011


Algumas diferenças são importantes, outras nem tanto, mas todas são inalteráveis. No fim das contas, parece que o perdão talvez seja o único antídoto realista que o amor nos oferece para combater as decepções inevitáveis da intimidade. Nós, seres humanos, viemos ao mundo com a sensação de que fomos serrados ao meio, desesperados para encontrar alguém que nos reconheça e nos conserte. Ou nos complete. O desejo é o cordão umbilical cortado que sempre estará conosco, sempre sangrando, querendo e ansiando a união sem falhas. O perdão é a enfermeira que sabe que essas fusões imaculadas são impossíveis, mas que talvez possamos viver juntos caso sejamos bem-educados, gentis e cuidadosos para não derramar mais sangue.
Comprometida - Elizabeth Gilbert
Página 119.

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