9 de março de 2011


Algumas diferenças são importantes, outras nem tanto, mas todas são inalteráveis. No fim das contas, parece que o perdão talvez seja o único antídoto realista que o amor nos oferece para combater as decepções inevitáveis da intimidade. Nós, seres humanos, viemos ao mundo com a sensação de que fomos serrados ao meio, desesperados para encontrar alguém que nos reconheça e nos conserte. Ou nos complete. O desejo é o cordão umbilical cortado que sempre estará conosco, sempre sangrando, querendo e ansiando a união sem falhas. O perdão é a enfermeira que sabe que essas fusões imaculadas são impossíveis, mas que talvez possamos viver juntos caso sejamos bem-educados, gentis e cuidadosos para não derramar mais sangue.
Comprometida - Elizabeth Gilbert
Página 119.

2 de março de 2011

Lost - Final

- Ei, garoto!

- Pai?
- Olá, Jack!
- Não estou entendendo. Você morreu...
- Pois é. Eu morri, sim.

- Então, como está aqui, agora?
- Como você está aqui, Jack?
- Eu também morri.
- Tudo bem, filho.
- Está tudo bem, meu filho.


- Eu te amo, pai.
- Eu também te amo, filho.
- Você é real, pai.
- Espero que sim. Sim, sou real. Você é real. Tudo o que já aconteceu com você é real. Todas aquelas pessoas que estão reunidas aqui na igreja. São todas reais também.

- Então todas... Estão mortas?
- Todos morrem um dia, garoto. Alguns deles antes de você, alguns... Muito depois de você.
- Mas por que estão todos aqui, agora?
- Bem, não existe “agora” aqui.

- Onde estamos, pai?
- Este é um lugar a que todos vocês chegaram juntos, para que pudessem encontrar uns aos outros. A parte mais importante da sua vida foi o tempo que você passou com essas pessoas. É por isso que vocês todos estão aqui. Ninguém consegue fazê-lo sozinho, Jack. Você precisa de todos eles. E eles de você.
- Para que, pai?
- Para se lembrarem. E para... esquecerem.

- Kate disse... que estamos indo embora.
- Indo embora, não, Jack. Seguindo adiante.
- Aonde estamos indo, pai?
- Vamos descobrir.